domingo, 17 de janeiro de 2016

LIVRO de DALILA CABRITA MATEUS. Memórias do Colonialismo e da Guerra. Biografia de Marcelino dos Santos

domingo, 17 de janeiro de 2016


(1)Biografia de Marcelino dos Santos.MEMÓRIAS DO COLONIALISMO E DA GUERRA --- BIOGRAFIA DE MARCELINO DOS SANTOS (Formatado)



Clik aqui para ler a entrevista a Marcelino dos Santos, e os comentários e a crítica à entrevista por António Carlos Augusto

MARCELINO DOS SANTOS ; Fundador e dirigente da FRELIMO

Nasceu a 20 de Maio de 1924, no LUMBO, distrito da Ilha de Moçambique. Aí estudou até à 3ª Classe. Fez a 4ª Classe em Lourenço Marques, onde concluiu a Escola Industrial Sá da Bandeira.
O pai era torneiro mecânico de segunda classe nas oficinas dos Caminhos -de-Ferro.
Chegou a Lisboa, em Outubro de 1947, onde frequentou o Instituto Industrial de Lisboa e, mais tarde, o IST (Instituto Superior Técnico). Era sócio nº 248 da CEI (Casa dos Estudantes do Império),de que foi dirigente. Morou na Rua Miguel Bombarda e no nº1 da Rua Casal Ribeiro, onde durante certo tempo, partilhou um quarto com Amílcar Cabral. Militou no MUD juvenil. E foi preso em Novembro de 1950, numa manifestação junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra, juntamente com Mário Andrade e Guilherme Espírito Santos.
Em 1951 foi para França. Estudou em Grenoble, no Instituto Politécnico e, mais tarde, em Paris, no Instituto de Ciências Políticas.
Em 1953, participou, em representação da juventude moçambicana, no Festival da Juventude de Bucareste. E participou, depois, nos Festivais de Varsóvia, Moscovo, Pyongyang e Havana, sempre como representante da juventude moçambicana.
Em 1954, esteve no Congresso da UIE (União Internacional dos Estudantes) e no Conselho da Federação Mundial das Juventudes Democráticas, em Pequim, na China, país que percorre durante durante 56 dias, declarando a propósito: << - Foi desde então que vi com clareza o que era o socialismo>>. Ao longo da sua vida, visitará oito vezes a China.
Em 1959, em Roma, participou no 2º Congresso de Escritores e Artista Negros.
Em Paris, representou os estudantes e as juventudes portuguesa e colonial. Morou num quarto no 3B da Praça da Sorbonne (É neste mesmo quarto que, em 1945, o Partido Comunista Português, pretendia instalar uma sede sua. E em 1964, vivia aí um membro destacado do PCP, antigo jornalista do jornal REPÚBLICA, já falecido), onde se realizou a << reunião de consulta e estudo para o desenvolvimento da luta contra o colonialismo>>, de que sairá a decisão de criar o MAC (Movimento Anticolonialista)
A província Francesa não lhe renovou a autorização de residência. E o professor universitário António Brotas afirmou que, nessa altura, Marcelino dos Santos lhe pedira para guardar uns arquivos, uma colecção do AVANTE! e um original dos CONTOS VERMELHOS, de Soeiro Pereira Gomes. Marcelino dos Santos negou que algumas vezes tenha tido na sua posse um exemplar dos Contos Vermelhos. E negou, também, ter pertencido ao PCP, acusação que lhe foi feita pela PIDE.
Foi para a Bélgica. Ao tentar regressar a Paris, foi expulso.
Em 1960, foi para Marrocos, sendo designado secretário- geral da CONCP. (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas). Foi, também, secretário das Relações Exteriores da UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique).
Viajou com passapotes de Marrocos e da Tanzânia.
Em 1962, quando a FRELIMO se formou, foi secretário das Relações Externas da FRELIMO, cargo que, a partir de 1970, acumulou com a vice - presidência da FRELIMO.
Depois do assassínio de Mondlane, foi-lhe também enviada uma bomba, desactivada pela polícia tanzaniana.
Foi um dos dirigentes independentistas a ser recebido pelo Papa Paulo VI, no Vaticano.
Foi membro da presidência do Conselho Mundial da Paz. E em 1971, na Embaixada da União Soviética em Dar - es - Salam, recebeu, juntamente com Samora Machel, a medalha comemorativa do nascimento de Lenine.
Após a independência, foi ministro residente na cidade da Beira, ministro do Plano e Presidente da Assembleia Nacional.
Actualmente, não desempenha qualquer cargo político, embora, embora continue a ser membro do Comité Central da FRELIMO.

Esta biografia rectifica e completa dados duma outra, por nós redigida na obra A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA, Editorial Inquérito, Lisboa, 1999.

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