segunda-feira, 26 de março de 2018

GRUPOS ESPECIAIS PÁRAQUEDISTAS DE MOÇAMBIQUE

OS GRUPOS ESPECIAIS PÁRA-QUEDISTAS (GEP): SUBSÍDIOS PARA A SUA HISTÓRIA

Procurando solucionar parcialmente o problema da insuficiência numérica de tropas pára-quedistas na Província, e ao mesmo tempo melhorar a eficiência e capacidade militar das tropas recrutadas localmente,melhorando a sua instrução e enquadramento, «e introduzindo um factor extremamente importante em termos de selecção e motivação: o salto em pára-quedas», o Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, General Kaúlza de Arriaga, decidiu organizar os GEP. Assim, «…em Maio de 1971 teve início a concentração, no BATALHÃO DE CAÇADORES PÁRA-QUEDISTAS Nº 31 (BCP 31), com trânsito pelo Batalhão de Caçadores Nº16 (BCaç 16), dos mancebos voluntários para a frequência do 1º Curso de Formação de “GRUPOS ESPECIAIS DE PÁRA-QUEDISTAS – GEP.» Adaptados à natureza da contra-subversão e às características do Teatro de Operações de Moçambique, a missão destes GEP consistia basicamente no «…desempenho de missões operacionais e de intervenção como reserva do Comando-Chefe, em qualquer ponto do Teatro de Operações, estando especialmente vocacionados para acções de recuperação, defesa e controlo das populações. Cada GEP (o seu número total chegou a 12) era constituído por um Comandante, um adjunto (orientado para a acção psicológica), 4 comandantes de subgrupo, 16 cabos e 48 soldados.




Os comandantes de grupo eram oficiais subalternos, o adjunto e os comandantes de subgrupo eram sargentos, uns e outros, normalmente, graduados, e oriundos das tropas pára-quedistas (na sua maior parte), ou do Exército, ou directamente do meio civil. Os quadros eram obtidos por voluntariado, a partir de civis, a partir de oficiais milicianos na situação de disponibilidade, e a partir de oficiais e sargentos do Quadro Permanente (QP) ou do Quadro de Complemento (QC), de cabos, no serviço activo, em situação de diligência, uns e outros sendo graduados, os cabos em sargentos, os sargentos em oficiais subalternos, e os oficiais subalternos em capitães. Os não pára-quedistas tinham de fazer o curso de pára-quedismo dos GEP. Os pára-quedistas, quando no activo, tinham de ter já cumprido 20 meses de comissão na Província. Além do benefício da graduação, os quadros GEP recebiam uma gratificação de GE, paga pela Região Militar de Moçambique (RMM), e tinham direito ao abono permanente de subvenção de campanha independentemente de estarem ou não na zona de intervenção…».
Dondo. Cor. Costa Campos Páraquedista a dar instrução aos GE e GEP
Até 30 de Setembro, os GEP estiveram aquartelados no BCP 31, de quem dependiam quer sob o ponto de vista logístico, quer sob o ponto de vista de instrução. A partir dessa data foram aquartelados no Dongo (a 30km da Beira) onde foi constituído o CIGE (CENTRO DE INSTRUÇÃO DE GRUPOS ESPECIAIS) e o BATALHÃO DE GEP. Os primeiros quadros foram constituídos quase exclusivamente por militares pára-quedistas, dos dois Batalhões de Caçadores Pára-quedistas de Moçambique (BCP 31 e BCP 32), e o primeiro Comandante dos GEP foi o Coronel Pára-quedista SIGFREDO VENTURA DA COSTA CAMPOS. A partir de 1 de Julho de 1973 assumiu o Comando do Batalhão de GEP o Major Pára-quedista MANUEL ANTÓNIO CASMARRINHO LOPES MORAIS que fora até então oficial de operações e informações do BCP 31, e que se manteve como Comandante do Batalhão de GEP, até à sua morte, em operações, em Agosto de 1974.Após terminarem a sua comissão de serviço nos GEP, os quadros pára-quedistas regressavam às suas  unidades de origem (BCP 31 e BCP 32) onde eram desgraduados, voltando à patente e antiguidade que lhes pertenciam.» 
CONDIÇÕES DE ADMISSÃO, ELIMINAÇÃO E REGALIAS A CONCEDER
Eram condições de admissão:
– Ser voluntário;
– Ser miliciano para os postos de Furriel/Sargento;
– Possuir qualidades de comando que permitam exercer com eficiência as funções de Comandante de Pelotão ou de Secção, para os postos inerentes, dos GEP;
– Ter revelado excelentes qualidades militares e demonstrado ser um combatente valente, decidido e disciplinado;
– Obrigar-se a, pelo menos, prestar serviço nos GEP durante um ano, após a formação dos Grupos.
Eram condições de eliminação:
– Revelar não possuir as qualidades julgadas indispensáveis, pelo que haverá lugar a punição e despromoção.
Eram concedidas as seguintes regalias:
– Promoção de praças a furriel pára-quedista e desta a alferes pára-quedista, por graduação, após a aprovação da proposta;
– Vencimentos nos seguintes quantitativos:
1)     Furriel – Igual ao vencimento de um furriel pára-quedista em zona de subvenção de campanha, acrescido de uma gratificação de 1.500$00, o que perfaz um total de 8.080$00, recebido quer em zona de100% ou 50%;
2)     Alferes – Igual ao vencimento de um alferes pára-quedista em zona de subvenção de campanha, acrescido de uma gratificação de 2000$00 o que perfaz um total de 11.185$00, recebido quer em zona de 100% ou 50%;
– As demais que o pessoal de igual posto já aufere;
– Continuação nos GEP por períodos sucessivos de um ano, se o desejarem e mantiverem as qualidades necessárias à sua admissão.

CURSO DE PÁRA-QUEDISMO "GEP"

O Curso de Pára-quedismo GEP tentou seguir, tanto quanto possível, o Curso de Pára-quedismo do Regimento de Caçadores Pára-quedistas (RCP – Tancos), e o ministrado nas escolas de pára-quedismo civis no que concerne à qualificação «A» (abertura automática). Nos auxiliares de instrução verificou-se sempre a ausência de uma torre para treino das aterragens (tipo Torre Francesa) e das saídas (tipo Torre Americana), e raramente era efectuado o tradicional «voo de adaptação» que antecede o primeiro salto em pára-quedas. Para os lançamentos eram utilizadas aeronaves da Força Aérea Portuguesa (FAP) (Nord Aviation – Noratlas) e, entre outros, os campos de saltos (Zonas de Lançamento – ZL) mais utilizados foram os de «Nova Maceira» e «Lusalite». Após 6 saltos e na própria ZL, tinha lugar a característica imposição das boinas, cerimónia que prosseguia depois no CIGE, no Dondo, com a graduação do pessoal de enquadramento dos novos GEP (GRUPOS ESPECIAIS – GE e mais tarde GRUPOS ESPECIAIS DE PISTEIROS DE COMBATE – GEPC), seguindo-se o compromisso de honra – JURAMENTO-DE-BANDEIRA – que consistia no seguinte texto:
«Juro defender a minha terra, a minha família e os meus camaradas.
Juro dar todo o meu esforço, para melhorar a vida do meu povo.
Juro combater os inimigos da ordem, até haver paz na nossa terra.
Juro obedecer aos meus chefes.
Juro defender a Bandeira e a nossa Pátria PORTUGUESA

Por último e a finalizar tão significativo evento militar, era imposto aos militares do Batalhão de GEP o distintivo ou «brevê» de qualificação pára-quedista GEP. É importante destacar que o Curso de Pára-quedismo GEP nunca foi homologado como Curso de Pára-quedismo Militar, tal com está definido no Decreto-Lei N.º 42075 de 31DEZ58. Por este mesmo facto, e porque só o RCP (e sucessivamente o Corpo de Tropas Pára-quedistas (CTP); o Comando das Tropas Aerotransportadas (CTAT) e a Escola de Tropas Pára-quedistas (ETP) da Brigada de Reacção Rápida) se encontra habilitado em Portugal, a formar pessoal especializado em pára-quedismo, qualquer designação homónima à das Tropas Pára-quedistas Portuguesas carece de suporte legal.Esta situação, aliás, nada tem de anormal ou singular, pois à semelhança do que acontece nas Forças Amadas de países cujas Tropas Pára-quedistas são conhecidas, em todas elas existe apenas uma Escola de Pára-quedismo, ainda que os militares formados se destinem aos vários Ramos. É o caso da Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, França, Bélgica, Itália e Alemanha, para só citar os exemplos mais conhecidos entre os militares portugueses.
UNIFORMES E INSÍGNIAS
Os GEP nunca utilizaram, em desfiles ou cerimónias militares da Província de Moçambique, o tradicional uniforme preto e a boina amarela dos GRUPOS ESPECIAIS – GE. Os instrutores e monitores oriundos dos Batalhões de Caçadores Pára-quedistas (BCP) usavam o uniforme de campanha em vigor na Força Aérea Portuguesa (FAP) e os militares recrutados localmente usavam, na sua grande maioria, o uniforme de campanha em vigor no Exército. Nunca tiveram homologado um uniforme de cerimónia ou passeio (saíam em uniforme camuflado para a licença de fim-de-semana), embora estivesse a ser elaborado um estudo que o ano de 1974 veio interromper.O distintivo de qualificação pára-quedista (ver a imagem dos distintivo), metálico, prateado, usava-se colocado no lado esquerdo do peito, acima da costura de portinhola do bolso centrado com o eixo desse bolso. O distintivo de identificação de unidade GE (vulgo «crachá» GE) só mais tarde passou a ser ostentado pelos militares dos GEP. Tanto os GE como os GEP (e mais tarde os GEPC – GRUPOS ESPECIAIS DE PISTEIROS DE COMBATE) usavam-no, suspenso do botão do bolso superior esquerdo, por suspensão de cabedal ou carneira de cor preta.Os instrutores e monitores oriundos dos BCP, apesar de usarem o uniforme de campanha da FAP, tinham de usar a boina «vermelho-vinho» com o respectivo distintivo GE de boina

GRUPOS ESPECIAIS PÁRAQUEDISTAS
CGEP 001
LOCAL: 
NCUNGAS de Novembro de 1971 a Maio de 1972
CHIOCO de Maio a Julho de 1972
GURO de Julho a Novembro de 1972
CANDA de Novembro de 1972 a Julho de 1973
MUNGARI de Julho a Outubro de 1973
DONDO de Outubro de 1973 a Abril de 1974
CGEP 002
LOCAL:
CHANGARA de Dezembro de 1971 a Março de 1972
MUNGARI de Março a Setembro de 1972
MABZIGUIRO de Setembro a Dezembro de 1972
GURO de Dezembro de 1972 a Agosto de 1973
TETE de Agosto a Outubro de 1973
DONDO de Outubro de 1973 a Abril de 1974
CGEP 003
LOCAL: 
MUNGARI de Dezembro  de 1971 a Setembro de 1972
CADALONGA de Setembro a Novembro de 1972
DONDO de Novembro de 1972 a Junho de 1973
CATENENE de Junho a Setembro de 1973
DONDO de Setembro a Dezembro de 1973
NOVA VISEU de Setembro de 1973 a Abril de 1974TE
CGEP 004
LOCAL: 
TEMANGAU de Abril 1972 a Novembro de 1972
CHAZEMBA de Novembro de 1972 a Julho de 1973
CATUNGUIRENE de Julho a Setembro de 1973
DONDO de Setembro 1973 a Janeiro de 1974
CATUNGUIRENE de Janeiro a Março de 1974
POPO de Março a Abril de 1974
CGEP 005
LOCAL: 
CHANGARA de Julho de 1972 a Outubro de 1972
CATUNGUIRENE de Outubro 1972 a Junho de 1973
MASSANGANO de Junho a Setembro de 1973
CATUNGUIRENE de Setembro de 1973 a Fevereiro de 1974
CHAZICA de Fevereiro a Abril de 1974
CGEP 006
LOCAL: 
MUNGARI de Julho de 1972 a Novembro de 1972
INHASSALALA de Novembro de 1972 a Julho de 1973
DONDO de Julho a Novembro de 1973
INHASSALALA de Novembro de 1973 a Março de 1974
MADZIUIRE de Março a Abril de 1974
CGEP 007
LOCAL: 
MUNGARI de Novembro de 1972 a Julho de 1973
DONDO de Julho a Novembro de 1973
CATUNGUIRENE de Novembro de 1973 a Janeiro de 1974
DONDO de Janeiro a Abril de 1974
TETE Abril de 1974
CGEP 008
LOCAL: 
MAGOE de Novembro de 1972 a Junho de 1973
INHASSALALA de Junho a Outubro de 1973 
SABONDO de Outubro de 1973 a Janeiro de 1974
VILA MANICA de Janeiro a Abril de 1974
DONDO Abril de 1974
CGEP 009
LOCAL: 
DONDO de Abril a Julho de 1973
CANDA de Julho Outubro de 1973
DONDO de Outubro de 1973 a Janeiro de 1974
MACOSSA de Janeiro de a Março de 1974
MUANZA de Narço a Abril de 1974
CGEP 010
LOCAL: 
DONDO de Abril a Junho de 1973
MUNGARI de Junho a Agosto de 1973
TETE de Agosto a Outubro de 1973
DONDO de Outubro de 1973 a Março de 1974
FURANCUNGO de Março a Abril de 1974
CGEP 011
LOCAL: 
VILA GOUVEIA de Setembro de 1973 a Dezembro de 1973
MUANZA de Setembro de 1973 a Abril de 1974
CGEP 012
Furriel Carlos Flores do GEP 012
COMANDANTE: Alferes Marcelino Alves
LOCAL: 
CATULENE de Outubro de 1973 a Janeiro de 1974
DONDO de Janeiro a Março de 1974
MASSANGANO de Março a Abril de 1974

segunda-feira, 19 de março de 2018

GRUPOS ESPECIAIS DE MOÇAMBIQUE SECTORES "D" (ZAMBÉZIA); "CODCB";"F";SECTOR "G" SECTOR "H" e CTC (TETE) e SECTOR "I (MANICA E SOFALA)

Sector "D"


GE 401
LOCAL: 
FINGOÉ (TETE): de Outubro de 1970 a Abril de 1974
GE 402
LOCAL: 
MILANGE (ZAMBÉZIA): de Novembro de 1972  Abril de 1974
GE 403
LOCAL: 
GURO (MANICA E SOFALA) de Abril de 1973 a Junho de 1973
CHIRE  ZAMBÉZIA): de Junho de 1973 a Abril de 1974
GE 404
LOCAL: 
GURO (MANICA E SOFALA) de Abril de 1973 a Junho de 1973
MORRUMBALA (ZAMBÉZIA): de Junho de 1973 a Abril de 1974
GE 405
LOCAL: 
MORRAMBALA (ZAMBÈZIA): de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 406
LOCAL: 
CHIRE (ZAMBÉZIA): de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 407
LOCAL: 
MONGOÉ (ZAMBÉZIA): de Dezembro de 1973 a Abril de 1974

Um aspecto da instrução dos GE 407
GE 408
LOCAL: 
MOLUMBO (ZAMBÉZIA): de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
 GE 409
LOCAL: 
CORROMANE (ZAMBÉZIA):  de Dezembro de 1973 a Abril de 1974

Sector "CODCB"


GE 501
LOCAL: 
TCHIRODZI (TETE): de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 502
LOCAL: 
MARARA (TETE): de Setembro de 1973 a Abril de 1974

Sector "F"




GE 601
LOCAL: 
FAQUERO: de Janeiro a Abril de 1971
FINGOÉ: de Abril a Novembro 1971
CALDAS  XAVIER: de Novembro de 1971 a Abril de 1974
GE 602
LOCAL: 
MAGOE: de Março de 1971 a Fevereiro de 1972
N`CUNGAS: de Fevereiro de 1972 a Outubro de 1972
MUTARARA: de Outubro de 1972 a Abril de 1974
GE 603
LOCAL: 
DÓMUÉ: de Março de 1971
GE 604
LOCAL: 
ANCUAZE: de Outubro de 1973 a Abril de 1974
GE 605
LOCAL: 
MUTARARA: de Outubro de 1973 a Março de 1974
N`CUNGAS: de Março a Abril den1974
GE 606
COMANDANTE:
Furriel Alexandre Fanha Constantino
LOCAL: 
SABANDARE: de Outubro de 1973 a Abril de 1974
Alexandre Fanha Constantino
GE 608
LOCAL: 
TETE: de Outubro de 1973 a Abril de 1974
GE 609
LOCAL: 
CHANGARA: de Novembro de 1973 a Abril de 1974
Sector "G"
GE 701
LOCAL: 
FINGOÉ: de Maio de 1971 a Novembro de 1971
UNCANHA: de Novembro de 1971 a Março de 1972
FINGOÉ: de Março de 1972 a Julho de 1972
CARINDE: de Julho de 1972 a Novembro de 1972
FINGOÉ: de Novembro de 1972 a Abril de 1974 

GE 702
LOCAL: 
MAGOÉ: de Maio de 1971 a Novembro de 1972
MUCUMBURA: de Novembro de 1972 a Abril de 1974
GE 703
LOCAL: 
DÓMUE: de Maio de 1971
GE 705
LOCAL: 
UNCANHA: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
Sector "H"
GE 801
LOCAL: 
DÓMUE: de Maio de 1971 a Julho de 1972
ZAMBUE: de Julho de 1972 a Junho de 1973
TAIBO: de Junho de 1973 a Abril de 1974
GE 802
LOCAL: 
TSANGANO: de Junho de 1972 a Abril de 1974
GE 803
LOCAL: 
MFUTSUO: de Outubro a Dezembro de 1971
VILA COUTINHO: de Dezembro de 1971 a Abril de 1972
MFUTSUO: de Abril a Agosto de 1972
VILA COUTINHO: de Agosto de 1972 a Outubro de 1973
MFUTSUO: de Outubro de 1973 a Abril de 1974
GE 804
LOCAL: 
TEMBUÉ: de Abril de 1973 a Abril de 1974
GE 805
LOCAL: 
FURANCUNGO: de Novembro de 1972 a Abril de 1974
CTC e Sector "I"



GE 901
LOCAL: 
MANDIE: de Abril de 1973 a Abril de 1974
GE 902
LOCAL: 
ANDISSENE: de Abril de 1973 a Abril de 1974
GE 903
LOCAL: 
LUMBO: de Abril de 1973 a Abril de 1974
GE 904
LOCAL: 
GURO: de Abril de 1973 a Abril de 1974
GE 905
LOCAL: 
CHEMBA: de Abril de 1973 a Abril de 1974
GE 906
LOCAL: 
CHINSORO: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 907
LOCAL: 
CATUNGUIRENE: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 908
LOCAL: 
CHAZICA: de Setembro a Novembro de 1973
CHIMBIRIBIRI: de Novembro de 1973 a Abril de 1974
GE 909
LOCAL: 
CHIRAMBA: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 910
LOCAL: 
TAMBARA: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 911
LOCAL: 
MADZIUIRE: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974

GE 912
LOCAL: 
CANXIXE: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 913
LOCAL: 
CANXIXE: de Setembro de 1973 a Fevereiro de 1974
MOLIMA de: Fevereiro a Abril de 1974
GE 914
LOCAL: 
CAMBEREMBERE: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 915
LOCAL: 
TAMBARA: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 916
LOCAL: 
MACOSSA: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 917
LOCAL: 
CHOA: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 918
LOCAL: 
CHIGUINHEME: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 919
LOCAL: 
SAGORO: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 920
LOCAL: 
MPANZE: de Setembro de 1973 a Março de 1974
HONDE: de Março a Abril de 1974
GE 921
LOCAL: 
NHAMATEMBA de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 922
LOCAL: 
CANDA: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 923
LOCAL: 
MASSARA GOUVEIA: de Setembro a Novembro 1973
DOMBA de: Novembro de 1973 a Abril de 1974
GE 925
LOCAL: 
VILA PAIVA DE ANDRADE: de Dezembro de 1973 a Abril de 1974
GE 926
LOCAL: 
MAVONDE: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 928
LOCAL: 
PUNGUÉ: de Setembro de 1973 a Abrilde 1974
GE 929
LOCAL: 
MARINGUÉ: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 930
LOCAL: 
SENA: de Setembro de 1973 a Abril de 1974
GE 931
LOCAL: 
SONE: de Setembro de 1973 a Abril de 1974




segunda-feira, 12 de março de 2018

GRUPOS ESPECIAIS DE MOÇAMBIQUE SECTOR "A" (NIASSA) e SECTOR "B" (CABO DELGADO)

SECTOR "A"
Foram Comandantes deste Sector:
Capitão Andrega 
Capitão Miliciano Salvador Silva
O célebre Daniel Roxo e os seu Milícias.
GE 101
COMANDANTE:
TENENTE ADRIANO BIGONE
ALFERES NARCISO GAITINHA
LOCAL: 
NOVA COIMBRA: de Fevereiro de 1972 a Abril de 1974
GE 102
COMANDANTE:
ALFERES LOURO
LOCAL: 
VALADIM:  de Agosto de 1971 a Abril de 1974. 
GE 103
COMANDANTE:
ALFERES MASCARENHASS
LOCAL: 
OLIVENÇA:  de Novembro de 1972 a Abril de 1974

Vista parcial de OLIVENÇA
GE 104
LOCAL: 
CANDULO:  de Novembro de 1972 a Abril de 1974
COMANDANTE:
ALFERES RIBEIRO
GE 105
LOCAL: 
RÉVIA:  de Novembro de 1973 a Abril de 1974
Em 21-11-1973, um Hunimog accionou mina causando a morte ao Furriel GE Abílio José da Costa Lemos e a 11 soldados GE
GE 106
COMANDANTE:
ALFERES MARTINS
LOCAL: 
MUCUAIA (XIPENDA):  de Novembro de 1973 a Abril de 1974
Alferes Martins, Comandante do GE 106, junto a alguns dos seu homens
 GE 107
COMANDANTE:
ALFERES MARTINS
LOCAL: 
MASSANGULO:  de Novembro de 1973 a Abril de 1974

Sector "B"


 GE 201
LOCAL: 
MUAGUIDE: de Abril de 1970 até Agosto 1970
MUERA: de Agosto 1970 a Outubro de 1970
MUAGUIDE: de Outubro de 1970  a
DONDO de: Outubro de 1973 a Abril de 1974

GE 202
LOCAL: 
NAIROTO: De Abril de 1970 a Abril de 1974
GE 203
LOCAL: 
MACOMIA: De Abril de 1970 a Abril de 1974
GE 204
LOCAL: 
NAMBUDE: de Abril de 1970 a Dezembro de 1970
MOCÍMBOA DA PRAIA:  Dezembro de 1970 a Julho de 1971
ANTADORA: Julho de 1971 a Janeiro de 1972
MOCÍMBOA DA PRAIA: Janeiro de 1972 a Novembro de 1973
DONDO: Novembro de 1973 a Janeiro de 1974
GE 205


O Alfres GE António Lopes, acompanhar o Gen Kaúlza de Arriaga de
de visita aa Nangade por ocasião do final da formação dos Grupos Especiais
210, 211 e 212


COMANDANTE:  
António Lopes
João Fernandes
LOCAL: 
MOCÍMBOA DA PRAIA: de Abril de 1970 a Dezembro de 1972
NANGADE: de Janeiro de 1972 a  Novembro de 1973
MOCÍMBOA DA PRAIA: Janeiro de 1974 a Abril de 1974
DONDO: Novembro de 1973 a Abril de 1974


Alferes João Fernandes do GE 205, em NANGADE
GE 206
COMANDANTE:  
Acácio Figueiredo
Safara
Gamboa
Corvelo
Victor Santos
Safara de 1972 a 1974
LOCAL:
PALMA: De Abril de 1970 a Abril de 1974


GE 207
LOCAL: 
MOCÍMBOA DA PRAIA: De Abril de 1970 a Abril de 1974
COMANDANTES:
 Alferes Pedro
GE 208
COMANDANTES:
 Alferes HumbertoAlmeida
Alferes António Giestas de até Agosto de 1973
Furriel José Alves (Comandante Interino) de Agosto de 1973 a Junho 1974
de Maio de 1971 até Abril de 1974
LOCAL: 
MUEDA: De Abril de 1971 a Abril de 1974
Alferes Rui Souto
GE 209
LOCAL: 
MOCÍMBOA DO ROVUMA: De Setembro de 1971a Agosto de 1973
NAZOMBE: De Agosto de 1973 a Outubro de 1973
MOCÍMBOA DO ROVUMA: De Outubro de 1973 a Abril de 1974
GE 210
COMANDANTES:
Diamantino Rodrigues
LOCAL: 
NANGADE (TARTIBO): De Setembro de 1971 a Abril de 1974


O Gen. Kaúlza de Arriaga, passando revista a vários GRUPOS "GE"
Na foto ao fundo do lado esqº o Alferes António Lopes.
Em 1º plano do lado esqº o Alferes Diamantino Rodrigues do GE 210
GE 211


Alferes GE,Alberto Chissano e António Lopes em Nangade

LOCAL: 
QUIONGA: De Setembro de 1971 a Abril de 1974
 COMANDANTES:
Alferes Alberto Chissano
GE 212
COMANDANTES:
Rui Campos
Filipe Manuel Cardão Pinto
LOCAL: 
NHICA DO ROVUMA: De Outubro de 1971 a Abril de 1974
Morreu em combate em 15-11-72, na Operação "Baga 6" o Furriel GE João Manuel de Castro Guimarães
GE 213
LOCAL: 
CHAI: De Novembro de 1971 a Abril se 1974
GE 214
COMANDANTES:
Carlos Silva 
Carlos Cêa
Alferes Guerreiro
Furriel Manuel Neves Silva
LOCAL: 
PUNDANHAR de Junho de 1972 a Abril de 1974
O Furriel Manuel Neves Silva no aldeamento de Pundanhar
GE 215
LOCAL: 
COMANDANTES:
Alberto Chissano
ANAMOTO  de Junho de 1972 a Outubro de 1972
QUIONGA: de Outubro de 1972 a Abril de 1974
GE 216
LOCAL: 
OLUMBI de Junho de 1972 a Abril de 1974
GE 217
LOCAL: 
DIACA de Outubro de 1972 a Abril de 1974
GE 218
LOCAL: 
BILIBIZA de Setembro de 1972 a Abril de 1974
GE 219
LOCAL: 
MELUCO de Setembro de 1972 a Abril de 1974
GE 220
LOCAL: 
REVIA de Setembro de 1972 a Abril de 1974

Memórias da guerra colonial
Por: Manuel Neves silva
Furriel Miliciano - GE

INHOCA




Corria o ano de Outubro do Ramadão de 1973 e do caju maduro. O Sol queimava o aldeamento enquanto a tarde descia em direcção ao ansiado frescor da noite. Protegendo-me da canícula, eu estava junto à messe de sargentos, uma casa de lama com telhado de zinco e onde os furriéis da companhia aqui aquartelada algazarreavam o jogo da sueca na mesa do bar, onde as cartas jogadas se misturavam com as laurentinas vazias. Passeava o meu olhar pelo renque arbóreo que circundava a aldeia, quando vindo do lado das cubatas, e acompanhado de mais alguns soldados macuas em passos lestos, martelados, decididos na minha direcção e de olhares postos em mim surge o Cabo Amidjai. Recostei-me na parede de lama da messe. acabei a laurentina fresca, deixei cair das mãos a garrafa vazia e esperei pelo contacto eminente, tentando adivinhar em vão qual grave urgência estava para urgir. Aparece então a palavra do Amidjai (o Mata-Cobra, assim mesmo chamado pelos seus pares, por se recusar a usar botas de lona usando sempre e apenas botas de cabedal, mais seguras no mato e a que chamava, botas mata-cobra): - Siliva, nosso pai, nós quer ir em Palma ao Ramadão. Ramadão que é nosso Natal.

Este aldeamento-aquartelamento de Pundanhar era partilhado pelo meu Grupo (GE 214), cujos soldados nativos viviam com suas mulheres e filhos em cubatas na zona civil e por uma Companhia de Caçadores integrada por soldados metropolitanos e nativos comandados por um capitão miliciano.


A criança, foi recuperada à Frelimo e entregue aos cuidados destes familiares
de em soldado GE
Manifestado o desejo de celebrar o Ramadão em Palma, o grupo esperava a minha decisão, que a bem de todos e da acção psicológica (APSIC), teria que ser sim, afirmativa.

E assim mesmo e ali ficou decidido, não sem antes consultar via rádio o Comandante Geral dos Grupos Especiais (GE) em Porto Amélia, Capitão Pessoa de Amorim que achou uma boa ideia. Seria ao mesmo tempo uma missão de patrulha e reconhecimento ao longo da picada Pundanhar - Palma. Partiríamos ao fim da tarde do dia seguinte. A noite seria para andar e descansaríamos um pouco durante o dia para podermos esconder as agressões do sol por cima das copas das árvores.


Capitão Pessoa de Amorim. Comandante Geral dos GE
Pundanhar dista 50 Kms de Palma, no litoral. É terra natal da maioria dos meus soldados muçulmanos macuas, uma terra bonita, arborizada de palmeiras e coqueiros, beijada de modo suave e terno pela águas do Índico. Já por lá tinha passado uns meses atrás em trânsito desde o Dondo na Beira até este aldeamento, onde fui colocado no comando destes homens. Seduzia-me agora a ideia de repetir uns mergulhos naquela praia e saborear à noite o marisco que generosamente aparecia nestas águas.

O percurso feito a corta - mato evitando assim pisar tanto quanto possível a picada e as minas que os Frelos nela semeavam, foi aparecendo pontilhado de sombrosos cajueiros ostentando aqueles bonitos e maduros frutos, uma delícia que fui provando, não sem o aviso avisado daqueles homens. Bah Siliva, vai ficar grosso. Ignorando-os assim fui caminhando, colhendo e comendo aquelas "peras" de caju frescas, coloridas, sumarentas e doces. Um maná a calhar naquele fim de dia húmido e quente. À medida que a tarde  crescia e as árvores iam estirando mais a sua sombra para o outro lado do sol, comecei a sentir na minha cabeça a quentura quente das bebedeiras. Afinal aqueles frutos tinham o poder das laurentinas, essas cervejas bazucas acompanhantes naqueles momentos em que tentávamos esquecer aquele inferno onde tínhamos caído. E foi assim neste bem - estar induzido, nesta abulia anímica de pensamentos entorpecidos, enquanto avançava comoso, olhos postos no além e de cabeça agradavelmente oca, que os meus sentidos repentinamente despertaram com o som nervoso e desencontrado de várias vozes: INHOCA!...INHOCA!...INHOCA!...INHOCA!..., BAAH! INHOCA. Eram vocalizações num tom de susto e aviso. Segui com o meu olhar, os olhares daqueles homens, focados naquele ponto do mato, sombreado pela copa de um largo cajueiro e vi aquilo que eles há muito tinham descortinado: uma cobra de largo diâmetro e bom comprimento, num movimento lento desembrulhando-se. Passada a surpresa inicial de medo e respeito por tal bicho, num gesto impensado afaguei a G3, enquanto dirigia o ponto de mira ao dorso do ofídio. Preparava-me para premir o gatilho, quando de pronto num gesto vigoroso e seguro vi uma mão negra desviar-me o cano da arma, e bem perto do meu ouvido a frase nervosa, conhecedora e avisada, de quem sabe: BAAH SILIVA, SE MATA NHOCA, MATA NHOCA, AGORA SE NÃO MATA NHOCA É UMA PORRA. Depois do seu gesto consumado e de ter largado para mim o tubo, o cabo macua  Amidjai foi dizendo, agora num tom bem mais calmo: LAGARTA NÃO FAZ MAL, AGORA SE FERIR LAGARTA OU PISAR NOS OVOS DA LAGARTA É UMA PORRA.

A cobra mirou-me, mirou-nos, desenroscou-se por completo e sumiu em ondulações lentas, rastejadas para lá do trilho, desaparecendo confundindo-se com o matizado verde do capim.

Foi um encontro fugaz, Inhoca seguiu o seu caminho. Nós retomámos o nosso, agora com os sentidos mais apurados e as armas mais nervosas, não tanto pelas cobras, sim para evitar qualquer surpresa urdida pelos Frelos e pelo cantar irritante das sua kalashnikov.

E agora o Siliva já conhece o  efeito analgésico da "pêra" do cajueiro.

Por: Manuel Neves Silva
Furriel Miliciano - GE